Desfralde com Montessori

O desfralde é um marco importante na vida da criança. Esta etapa pode gerar algum stress nos pais que consequentemente passam para a criança. A pressão de outras pessoas e até da escola pode provocar uma ansiedade que não tem necessidade de ser. Como podemos obrigar a criança a fazer uma coisa, para o qual a nível fisiológico e mental não está preparada?

Deixar a fralda não exige treinamentos, essa tentativa de ajudar só provocará inquietação na criança que não está preparada cerebralmente para entender o processo. Mas então como fazemos? A resposta é simples- respeite o tempo da criança. Quando ela estiver preparada vai dar-lhe sinais.

Tendo em conta que em Montessori respeita-se e segue-se a criança, nesta etapa não é diferente. Assim, no desfralde devemos ter em consideração o seguinte:

  1. Deixar a fralda não é algo que se comece e se termine num período de tempo determinado. É um processo lento, com avanços e retrocessos.

  2. Não existe uma idade para tirar a fralda. O controlo de esfíncteres é um processo que depende do desenvolvimento do sistema nervoso central. É algo que não se aprende, que só é adquirido quando a criança tem a maturidade suficiente. Por isto, frases tão habituais tipo “a fralda tira-se aos dois anos” ou “o verão é a melhor época para deixar a fralda” não têm em conta o desenvolvimento da criança.

Algumas idades de referência, contudo nunca se esqueça que se trata de um processo individual:

Entre os 12 e os 15 meses, as crianças começam a identificar que fizeram xixi ou cocó e até o comentam.

Entre os 15 e os 18 meses começam a estar preparados para tirar as fraldas.

Entre os 18 e os 36 meses (inclusive mais tarde se o bebé passou por alguma situação complicada) é normal que uma criança deixe a fralda.

Para apoiar e para que o processo seja o mais natural possível. Pode ainda facilitar :

  1. Roupa fácil de tirar e o abandono de babygrows.

  2. Cuequinhas de aprendizagem. É um meio termo entre a fralda e a não fralda e ao contrário das fraldas, permitem que a criança perceba mais humidade.

  3. Ambiente preparado: um penico, um adaptador para a sanita e um degrau antiderrapante para que possa subir autonomamente. Uma zona de higiene preparada à sua altura para que possa lavar e secar as mãos.

    Normalizar a situação. Os livros sobre esta etapa são um bom recurso para que a criança tome consciência do processo. Deixamos algumas sugestões.

Mara Alves

Jornalista e autora do montestory.

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