DIVERSÃO FÁCIL COM ECRÃS TEM CUSTO ALTO

Ao oferecer, regularmente, um ecrã como diversão fácil, os pais estão a introduzir uma toxina nos seus filhos potencialmente tão ruim quanto um cigarro.

Dói ver crianças de 1 ou 2 anos (ou até mais novas) andar num parque, numa rua ou num restaurante com os olhos vidrados no telefone dos pais.

Entendemos, que os pais podem estar no limite. Os dias podem ser desafiantes e cansativos, os pais, muitas vezes, fazem o possível e o melhor que sabem. Os ecrãs são uma solução fácil e de efeito imediato, não discutimos isso, mas as consequências dessa prática frequente são reais.

Ao oferecer, regularmente, um ecrã às crianças, como diversão fácil, os pais estão a introduzir uma toxina nos seus filhos potencialmente tão má como um cigarro. O acesso regular ao ecrã aumenta, lentamente, o nível do que a criança considera interessante. E como é que na vida real, conversas com amigos, até mesmo brincadeiras ou passeios pela natureza pode competir com todas as cores e ações que um jogo ou vídeo portátil tem para oferecer? Ainda mais acessível na palma da mãe sem termos que fazer nada para isso, simplesmente ver!

Estamos a criar uma geração que não pode enfrentar o mundo. Não se enfrenta a vida através de pixels coloridos dançando nos olhos. Estamos a permitir que as crianças tenham mais interesse por um ecrã do que pelo mundo ao seu redor.Estamos a permitir que uma geração se vicie. Um 'tablet' é a palavra correta para o dispositivo. Não é exatamente um Valium, mas é muito próximo e, da mesma forma, tende a acalmar as crianças a um estado de repressão obsessiva e a torná-las menos alertas para as coisas que acontecem ao seu redor.E como qualquer droga viciante, tem um custo!

Sabemos que quanto mais cedo uma criança for apresentada a um ecrã, maior será o risco de desempenho cognitivo reduzido e aumento de atrasos no desenvolvimento. Também sabemos que as crianças pequenas provavelmente terão um comportamento mais inibido se estiverem muito dependentes dos ecrãs. Isso porque preferem os ecrãs em vez de aprender a interagir com as pessoas ao seu redor.

Sabemos que crianças que têm acesso aos ecrãs antes dos dois anos de idade correm um risco maior de apresentar desenvolvimento reduzido de habilidades motoras (grossas e finas) e habilidades na resolução de problemas. Isso ocorre porque o ecrã não oferece nenhum problema da vida real para praticar ou atividade real para desenvolver as suas habilidades físicas.

Sabemos que muitas crianças preferem ficar na companhia dos ecrãs a do que ir à escola para estudar e passar mais tempo com os amigos. Também sabemos que muitos pais se sentem impotentes e sem esperança em relação ao vício dos ecrãs dos seus filhos, e alguns desistem.

É hora de dar a volta a isto!

O QUE PODE FAZER?

Em vez de dar um ecrã ao seu filho,pode fazer isso:

  1. Apontar para coisas interessantes a acontecer no mundo real, o cão na rua, um camião, uma grua, etc. É forma fácil de fazer com que a criança se sinta pertencente aquele meio.

  2. Envolver as crianças em atividades. Por exemplo, num supermercado, peça à criança para procurar as laranjas no corredor da fruta ou veja se ela consegue encontrar o pão.

  3. Jogos, por exemplo - 'Quantos passos acha que vamos dar neste corredor’.

  4. Apresente-lhe livros, brinquedos e atividades para fazer quando a criança tiver de esperar. Andar com um pequeno bloco e lápis na mala é boa ideia!

fonte: Judith Locke, psicóloga

 
Mara Alves

Jornalista e autora do montestory.

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