A metodologia Montessori aplicada ao idoso com demência
A OMS estima que a demência afeta 50 milhões de pessoas. Com o aumento da esperança média de vida e o envelhecimento da população este número tende a aumentar e prevê-se que 10 milhões de novos casos sejam diagnosticados a cada ano. Estes números podem ser assustadores.
A metodologia Montessori aplicada ao idoso com demência é ainda um tema pouco falado em Portugal. Porém, sabemos que ele existe há cerca de três décadas e é atualmente aplicado em diversos países do mundo.
Se hoje este texto pode ser escrito, o Prof. Cameron J. Camp é o responsável. Quando os seus filhos frequentaram uma escola Montessori, o Prof. Camp foi surpreendido pelos ensinamentos deixados por Maria Montessori e para ele o paralelo era evidente. Em 1990 começou a desenvolver e a adaptar os princípios da pedagogia Montessori à pessoa idosa com demência e atualmente é diretor de pesquisa no Center for Applied Reserch in Dementia nos EUA.
A metodologia Montessori aplicada ao idoso assenta em 3 valores chave: o respeito, a dignidade e a igualdade.
Para que os mesmos sejam concretizados precisamos de, em primeiro lugar, olhar para o idoso com demência como uma pessoa, com capacidades e necessidades como cada um de nós.
Quando isso acontece, o nosso olhar muda.
Quando aplicamos Montessori ao idoso com demência permitimos que este retome o controle da sua vida. Quando aplicamos Montessori ao idoso com demência permitimos o desenvolvimento de atividades que façam verdadeiramente sentido para o mesmo. Quando aplicamos Montessori ao idoso com demência permitimos que ele tenha um lugar e um papel dentro da comunidade.
Isto não é o que todos precisamos na nossa vida? Como reagiríamos se nos fosse negado?
Montessori aplicado ao idoso com demência assenta em alguns conceitos fundamentais: observação, capacidades preservadas e memória procedural, ambiente preparado, atividade preparada, autonomia, independência e escolha.
A OMS estima que a demência afeta 50 milhões de pessoas. Com o aumento da esperança média de vida e o envelhecimento da população este número tende a aumentar e prevê-se que 10 milhões de novos casos sejam diagnosticados a cada ano. Estes números podem ser assustadores.
É urgente que repensemos no acompanhamento que oferecemos aos nossos idosos. E que percebamos de que forma nos podemos preparar para oferecer uma velhice com dignidade.
